Preceito básico

O bom vinho não é o que os críticos e os entendidos enaltecem, nem aquele que custa os olhos da cara, nem o que todos bebem. O bom vinho é aquele de que gostamos, o que conseguimos comprar e, principalmente, o que bebemos em boa companhia!


segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Strada del Vino i dell'Olio



Muito se fala da Estrada do Chianti, pequeno trecho repleto de vinícolas e cidadezinhas pitorescas entre Siena e Florença. A fama é merecidíssima e vale a visita. Mas um trecho que não é tão badalado ainda, mas que vale demais é a Strada del Vino i dell'Olio.



A proposta, assim como a anterior, é infalivel: estradinha bem conservada que passa entre vinhedos e olivais,




 repleta de paisagens estonteantes, pequenas vilas e cidades charmosas,


além de propriedades rurais belíssimas, onde se pode praticar com requinte o enoturismo e saborear as maravilhas culinárias locais. O trecho começa na absurdamente linda cidade de Lucca, passando pela encantadora Colline Lucchesi e termina em Montecarlo (não é a do Cassino, não), uma diminuta e charmosa cidadela no alto de uma colina, que remonta ao século XIV e é considerada uma das mais novas cidades da Toscana! E tem  bons vinhos com DO própria. Não conhecia e me surpreendi.
Fazem parte desse consórcio:
•Fattoria Michi
•Fattoria il Poggio
•Fattoria Vigna del Greppo
•Fattoria Wandanna
•Fattoria di Montechiari
•Azienda Agricola Stefanini Tronchetti
•Azienda Agricola Enzo Carmignani
•Azienda Agricola Gino Fuso Carmignani
•Fattoria La Torre
•Fattoria Tori
•Fattoria del Buonamico
•Fattoria Belvedere
•Azienda Agricola Borbone
•Azienda Agricola Bozzoli
•Azienda Agricola Lo Sgretoli
•Fattoria Cercatoia Alta
•Azienda Agricola Anna Maria Selmi
•Fattoria del Teso
O passeio, como dito, termina em Montecarlo, onde você pode ter uma bela refeição, acompanhada pelo bom rosso local.








Resumindo, se você planeja uma viagem à Toscana, deixe um dia reservado para este passeio. Tire o relógio do pulso e se perca ao longo deste trecho, experimentando a Itália com o que ela tem de melhor, longe das filas e hordas de turistas cheios de flashes.
Êta vida difícil!

domingo, 30 de outubro de 2011

Miolo Lote 43 2005


Vinho badalado, cheio de pompa e adjetivos.
Primeiro grande vinho nacional, segundo alguns.
Não achei tudo isso.
Cor rubi escura, densa, impenetrável.
Aromas de boa intensidade, com frutas escuras, especiarias e madeira marcante, um pouco além da conta.
Encorpado, com taninos redondos, baixa acidez e álcool na medida. Madeira carregada, desequilibrando.
Final médio, com discreto amargor.
Vinho apenas correto. Faltou brilho. Padrão globalizado.
Me deu a impressão de um vinho muito mexido, pouco natural.
Classificação: bom

FICHA

Produtor: Miolo
Tipo: Tinto - Assemblage
Região: Vale dos Vinhedos(Rio Grande do Sul)
País: Brasil
Safra: 2005
Uvas: Cabernet Sauvignon(50%) e Merlot(50%).
Graduação Alcoólica: 14%
Temperatura de Serviço: 15ºC
Envelhecimento: 12 meses em barricas novas de carvalho americano e francês.
Estimativa de Guarda: 10 anos

Gratena Chianti 2009


Esse vinho infelizmente foi uma grata surpresa.
Digo infelizmente porque dificilmente terei a oportunidade de adquiri-lo novamente.
Isso porque é produzido por um pequeno produtor da região do Chianti, de maneira orgânica, bem dentro da nova tendência.
Comprei no free shop de Roma após muita insistência da vendedora.
Quando estava escolhendo meus vinhos ela propôs o vinho. Peguei uma garrafa para fazer uma média e antes de ir ao caixa devolvi.
Já na boca do caixa, a vendedora novamente me abordou e insistiu que eu levasse o vinho, que eu iria me surpreender.
E a danada estava com toda razão - o vinho é surpreendente.
Elaborado com 100% sangiovese, não filtrado, sem passagem por madeira e 13% de álcool.
Cor rubi clara, translúcida e brilhante. Nariz cheio, de qualidade, fresco, com frutas vermelhas, toque terroso e defumado. Na boca é equilibrado, acidez deliciosa, corpo leve e taninos macios.
Final de média permanência, redondo.
Um Chianti bem típico e fresco.
Agradou muito.
Classificação: muito bom.
Pena que eu comprei só um.

sábado, 29 de outubro de 2011

Quem disse que vinho no Brasil é caro?

Fotos tiradas em uma pequena mas abastada enoteca em Sintra, Portugal.


Por mais que tenha procurado, não encontrei o Porto da Pet. Só achei estes, mas, não sei por que,  acabei não comprando.

Mouton Cadet branco 2008

Este vinho dispensa apresentações tanto quanto seu produtor.
Apesar de ser um fenômeno de vendas em nível mundial, está bem longe de ser um grande vinho.
Apresenta bonita cor amarelo-palha translúcida. Aromas tímidos, com frutado leve e notas florais. Na boca é leve, fresco, com certa mineralidade. Acidez e álcool corretos. Final curto.
Agradou pela delicadeza, mas é um vinho básico.
Deve ir bem com peixes delicados ou simplesmente como aperitivo.
Não tem muita vida pela frente.
Preço médio : 60 dilmas.
Não compraria outro. Temos coisa bem melhor pelo mesmo preço nas bandas de cá.
Classificação: regular.

FICHA

Produtor: Baron Philippe de Rothschild
País: França
Região: Bordeaux
Safra: 2010
Uvas/corte: 65% Sauvignon Blanc, 30% Sémillon, 5% Muscadelle
Álcool: 12,5%
Avaliações: WE 85 (06) WS 85 (06)

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Viagem à Toscana

Hoje foi dia de nostalgia. Dia de relembrar a viagem à Toscana que fizemos recentemente com o casal de amigos Estevão e Carla.
Então preparei um espaguete ao funghi ,que foi muito bem acompanhado por um Chianti muito especial, não por sua qualidade excepcional, mas pelas recordações que trouxe da lindíssima Greve in Chianti, onde foi comprado.


Cidadezinha pequena, bucólica, no coração do Chianti, extremamente charmosa e encantadora, daquelas para onde você tem a vontade de se mudar, após vender tudo o que tem. Acho que já vi esse filme...
Uma praça linda que é seu emblema máximo


e uma enoteca simplesmente fantástica, que disponibiliza aos clientes cerca de 150 rótulos diferentes em máquinas dosadoras.


As doses de 30 ml variam de 60 centavos de euros até 16 euros. Você compra um cartão carregado com um valor pré-definido e vai gastando nas maquinetas até acabar e voce comprar outro e depois mais outro, até não aguentar mais.


Isso sem contar com degustações grátis de azeite e porções apetitosas (essas pagas) de queijos e frios (especialmente o fantástico prosciutto).
Simplesmente imperdível!

De volta ao vinho (Chianti Clássico UPVC 2008), um típico Chianti, com com rubi translúcida e aromas de boa intensidade, frutado. Corpo leve, álcool na medida e taninos um pouco rústicos, bem típicos. Final curto, mas delicioso.
Classificação: bom.
Classificação da viagem : excepcional.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Casa Lapostolle Sauvignon Blanc 2009


Vinho simples, da linha básica da Casa Lapostolle ("Casa"), com proposta simples e que vai agradar se você não esperar muito dele.
Cor amarelo-palha bem clara e translúcida.
Aromas de média intensidade, predominando pera e maracujá.
Na boca, corpo leve, com alguma cremosidade, boa acidez e álcool correto. Final curto.
Achei que ficou faltando algo.
Não merece maiores comentários.
Classificação: bom

FICHA
Produtor: Casa Lapostolle
País: Chile
Região: Vale do Rapel
Safra: 2009
Tipo: Branco Seco
Uva: Sauvignon Blanc 90% e Sémillon 10%
Vinhedos: Vinhedo "Las Kuras", em Requinoa, na zona do Vale de Cachapoal, na sub-região do Vale de Rapel, na região do Vale Central. Colheita manual cedo de manhã para manter o máximo de frescor.
Vinificação: Todo o mosto macera inicialmente com as cascas, por 5-6 horas, para extrair mais características varietais. É fermentado em cubas de aço inoxidável, à 15-17ºC. Ele não é submetido à fermentação malolática.
Maturação: Segue-se uma maturação de 4 meses com as borras nas cubas de aço inox
Temperatura de Serviço: 11ºC
Teor Alcoólico: 13,5%

sábado, 8 de outubro de 2011

Visitando a Quinta da Bacalhoa

Em setembro último fizemos uma viagem fantástica pela Toscana, que será devidamente postada aqui.
Mas, como fizemos uma escala de dois dias em Lisboa, resolvemos conhecer a famosa Quinta da Bacalhoa (sede).



Alugamos um carro e partimos por um belo percurso de 40 minutos a partir de Lisboa.
A propriedade é lindíssima.
Logo na entrada, oliveiras colossais que datam de 300 aC !!!



Passamos pela impressionante sala de barricas onde dormem os famosos moscatéis de Setúbal.


Visitamos as instalações propriamente ditas, o lago de abastecimento e os vinhedos, é claro.


No final, como de costume, fomos para a sala de degustação e wine shop.



Provamos o branco Estrela 2010 (muito bom), o tinto Quinta da Bacalhoa 2009 (muito bom) e o Moscatel  (bom).



Valeu demais o passeio e saímos satisfeitos.
Compramos dois vinhos:
o belo Quinta da Bacalhoa 2009 (preço: 14,50 euros;aqui no Brasil: 120 dilmas) e o conceituado Palácio da Bacalhoa 2007 (preço: 26,50 euros; aqui: 250 dilmas).
Conforme  nos foi dito, todos os dois merecem um descanso de pelo menos uns cinco anos para chegarem ao auge. Será que dá pra aguentar?
Só pra fechar a manhã com chave de outro, a funcionária nos indicou um restaurante nas imediações frequentado só por locais, que foi um espetáculo. Nome: Janeiro. Especialidade: frutos do mar na brasa.













Simplesmente imperdível.
Êta vida difícil!

sábado, 1 de outubro de 2011

Lisini San Biagio IGT 2007



Basicamente, o termo supertoscano refere-se a vinhos com componente significante de Sangiovese combinado com variedades não associadas tradicionalmente à Itália, tais como Cabernet Sauvignon, Merlot e outras. Isto diferencia este blend do blend de Sangiovese clássico, no qual uma parte predominante de Sangiovese é combinada com variedades tradicionais italianas. Alguns vinhos famosos como Sassicaia, Masseto and Ornellaia e que são associados ao termo supertoscanos não apresentam Sangiovese o que causa alguma confusão.
De fato, o termo supertoscano foi usado para se referir especificamente a vinhos como Sassicaia and Tignanello. Eram vinhos que não eram incluídos no sistema de classificação DOCG italiano, pois continham variedades não permitidas e eram envelhecidos de maneira diferente (em barrica) ou então tinham 100% de Sangiovese, o que, então, não era permitido para a região do Chianti. Forçosamente foram classificados como vinhos “de tavola”, mas rapidamente encontraram amparo na crítica especializada e tiveram preços maiores do que os próprios DOCG Chianti Classico e vários Brunello di Montalcino. Começaram a ser chamados de supertoscanos, em virtude de sua popularidade, qualidade e preços elevados. Posteriormente, as autoridades italianas, 1992, reclassificaram esses vinhos na categoria IGT (Indicazione Geografica Tipica).
O fato é que muitos vinhos são ditos supertoscanos sem verdadeiramente o serem. Este Lisini é considerado supertoscano por uns e por outros, não. Isso serve para se ter uma idéia dos complexos sistemas de classificação da Itália. Resumindo e simplificando, o vinho que não se enquadra muito bem em categorias ja bem estabelecidas é dito IGT, o que faz este grupo bastante heterogêneo.
Este vinho é produzido com Sangiovese 100% e a verdade, classificações a parte, é que é muito bom.

Cor rubi escura, com bonitos reflexos alaranjados. Aromas intensos, deliciosos e instigantes, com um frutado leve, defumado e madeira discreta. Na boca mostrou muito equilibrio, corpo médio, taninos finos e prontos, álcool correto. Final longo confirmando o nariz.
Boa vocação gastronômica.
Agradou demais.
Classificação: muito bom.


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