Preceito básico

O bom vinho não é o que os críticos e os entendidos enaltecem, nem aquele que custa os olhos da cara, nem o que todos bebem. O bom vinho é aquele de que gostamos, o que conseguimos comprar e, principalmente, o que bebemos em boa companhia!


domingo, 16 de janeiro de 2011

Almaviva EPU 2008 - francês ou chileno?

Os vinhos do Novo Mundo são caracteristicamente pujantes, intensos, não economizam em suas características. Quer fruta? Tome muita fruta. Quer madeira? Tome madeira. E assim vai... Vinhos europeus são mais delicados e elegantes, geralmente mais comedidos. Há quem defenda a unhas e dentes os dois times. Qual eu acho melhor? Os dois. Vinho bom é vinho bom. Pois bem, a vinícola Almaviva é uma joint venture entre as gigantes Concha y Toro e a francesa Rotschild. A proposta é a produção de vinhos de qualidade que possam harmonizar as qualidades desses dois times. Assim nasceu o afamado Almaviva e o second vin Epu, não por isso menos qualificado. Aliás, essa questão de segundo vinho às vezes é permeada de um certo preconceito. Há quem diga, do alto de sua empáfia, que só bebe vinho de primeira linha. Engana-se redondamente. Eles são uma grande oportunidade de se beber vinhos de qualidade, com características similares e preços menos salgados.
Esse EPU é um bom exemplo disso. Cor rubi translúcida, brilante, com lágrimas finas, lentas e abundantes. No nariz mostrou inicialmente uma certa timidez, mas com uma decantação maior e uma temperatura maior mostrou sua qualidade, com fruta (groselha), caramelo e madeira discreta. Na boca foi bem superior, com corpo médio, taninos redondíssimos, acidez no ponto e aromas confirmados. Tudo com muito equilíbrio e elegância, muito francês. Final de boca sutil e prolongado. Sucesso garantido. Só ficou devendo um pouco de nariz e um pouco mais de pujância. Achei que o sangue europeu falou mais forte.
Foi apresentado pelo Zé Roberto, que o comprou no Chile, em viagem recente, já registrada neste blog. Em seu corte entram Cabernet Sauvignon 73%, Cabernet Franc 8%, Carmenérè 7%, Merlot 9% e Petit Verdot 3%. Esta safra é dificil de se achar no Brasil. A Wine está comercializando a safra de 2007 (considerada uma das melhores dos últimos tempos no Chile) a 190 reais. Encontrei no Mercado Livre a safra de 2008 a 110 reais. É caro, mas vale.
Classificação: excelente.

2 comentários:

  1. Leigo,
    Tb estive no Chile ano passado e tomei o 2008, que era a única safra que se encontrava tanto nas lojas quanto na vinícola.
    É muito bom o vinho ( nada de Kung fu, não é?). Por R$110 não tá mal não. Ele custa uns 40 dolares por lá. O 2007, infelizmente, só na Wine mesmo.

    Abs
    Bk

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  2. Bk,
    O 2008 foi comprado lá por 41 dolares. Mas lá eu tb não vi o 2007. Deve ser melhor q o 2008, pois a safra é melhor. O EPU 2007 eu não tomei ainda. Em outros vinhos eu já percebi a diferença entre as safras - a 2007 é bem superior (por ex. o Catena Malbec 2007/2008, já postados aqui no blog).
    Leigo

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