Preceito básico

O bom vinho não é o que os críticos e os entendidos enaltecem, nem aquele que custa os olhos da cara, nem o que todos bebem. O bom vinho é aquele de que gostamos, o que conseguimos comprar e, principalmente, o que bebemos em boa companhia!


sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Carmen Classic Merlot 2009

A linha Classic (linha de entrada) da tradicional Viña Carmen é aclamada como um exemplo de excelente custo/benefício. De fato, custa algo em torno dos 30 reais, mas sua degustação não me deixou tão certo de seu custo/benefício.
Sua cor é de um rubi violáceo escuro, não muito translúcido. Denso em sua movimentação na taça, com lágrima lentas. Aromas de média intensidade, agradáveis, com frutas vermelhas e pimenta do reino. Corpo médio, com taninos salientes, e acidez abaixo do desejável. Retrogosto frutado, alcóolico. Final persistente, com certo amargor residual.
É um bom vinho,mas  melhoraria com taninos mais redondos e um pouco mais de acidez. Acho que ganharia com uma guarda curta para arredondar seus taninos, mas não se pode esperar muito mais desse vinho. Como disse não acho um excelente custo/benefício, conforme dizem. Acho que nesta categoria de preço existem melhores opções.
Tomaria de novo, mas sem ter que comprá-lo.
Classificação : bom.

FICHA
Produtor: Viña Carmen
País: Chile
Região: Vale do Rapel
Safra: 2009
Tipo: Tinto
Uva/corte: Merlot(85%) Cabernet Sauvignon (15%)
Vinhedos: Vinhedos localizados no vale do Rapel. Rendimento limitado.
Vinificação: Depois uma colheita manual, as uvas ficam em contato com as cascas por 6 dias à 2°C (maceração a frio). A fermentação alcoólica acontece em cubas de aço inoxidável, com temperatura controlada a 24-25°C.
Maturação: 30% do vinho é maturado em barricas de carvalho francês e americano por 6 meses
Temperatura de Serviço: 16 a 18ºC
Teor Alcoólico: 13,5%
Sugestão de Guarda: Pronto para consumo
Combinações: Carnes e massas.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Casa Marin Lo Abarca Pinot Noir 2009

A Pinot Noir é uma das uvas mais complexas do mundo do vinho. Manuseá-la nas vinhas exige muito trabalho. Considerada a grande uva da Borgonha, a Pinot Noir é uma variedade extremamente delicada, bastante susceptível a variações climáticas e é particularmente frágil em seu manuseio pós-colheita, uma vez que sua casca se rompe facilmente.  Além disso, há que se fazer uma rigorosa seleção clonal, pois o plantio do clone errado em locais não adequados podem gerar vinhos pobres e insípidos. Na produção de tintos, ela dificilmente é misturada com outras uvas, geralmente é usada em varietais. Os vinhos tintos a base da Pinot Noir são mágicos, sensuais, especiais, com uma cor pálida, taninos macios e com uma delicadeza e uma doçura peculiares.  Ao contrário da Cabernet Sauvignon, que produz tintos encorpados, a Pinot Noir mostra elegância,  taninos mais comportados e pigmentos em menor quantidade. Além de grandes tintos da Borgonha a Pinot Noir entra no corte dos famosos Champagnes. Infelizmente os preços dos raríssimos Grand Cru da Borgonha são quase impeditivos para nós, pobres mortais. Mas existem outras partes do mundo que produzem vinhos com esta uva muito interessantes, como os Estados Unidos (principalmente Califórnia e Oregon), a Nova Zelândia, o Chile (com ênfase para os Vale de Santo Antônio, Casablanca e Limarí) e, recentemente, a Argentina (Mendoza e Rio Negro-Patagônia). Referência: assista ao filme Sideways.
Pois bem, foi degustado esse Casa Marin Lo Abarca Pinot Noir 2009.
A Casa Marin e uma vinícola chilena localizada no Vale de San Antonio, uma sub-região do Vale do Aconcágua, dividido em quatro setores: Leyda, Rosario, Lalvilla e Lo Abarca (onde está localizada a viña). Foi fundada por Maria Luz Marín, enóloga, engenheira agrônoma e empresária, atualmente a única mulher fundadora e proprietária de uma vinícola no Chile.(veja foto acima)
Fiquei bastante impressionado com este vinho!
Cor rubi pálido, translúcido, bastante fluido na taça, lágrimas finas e ágeis.  Aromas de média intensidade, bastante agradáveis, delicados, frutados, algo florais. Convidam insistentemente ao primeiro gole. Já o primeiro gole convida a outros tantos. Na boca corpo médio, com uma personalidade marcante, adocicado num primeiro momento, com a cidez bastante presente sobresaindo num segundo momento. Taninos leves, mas bem equilibrados dentro do contexto do vinho. Nenhuma madeira, apenas a expressão da uva. Final persistente e frutado.É um vinho com um objetivo, franco em sua proposta e agrada demais. Altamente recomendado, ainda mais se considerarmos o preço ( na Wine 41 reais; para membros do Clube W, 35).
Classificação: excelente.

FICHA
Produtor: Casa Marin
Tipo: tinto
Safra: 2009
Uvas/corte: Pinot Noir (100%)
Região: San Antonio
País: Chile
Graduação alcoólica: 14%
Temp. de serviço: 14º
Envelhecimento: em aço inox
Diretrizes enogastronômicas: salmão grelhado com cogumelos ou aves
Avaliações:
Robert Parker: 92 (06)
Wine Spectator: 88 (04)
Descorchados: 91 (04)

Casa Silva Reserva Cabernet Sauvignon 2008

Segunda-feira.
Noite despretenciosa, na presença de amigos, jogando conversa fora, tomando um bom vinho e petiscando. Tem algo melhor? Assim foi esta segundona.
Presentes: Eliane, Rafael (quando não estava no telefone) e o já parceiro do blog Zé Roberto.

Degustados: Catena Malbec 2008 e Casa Silva Reserva Cabernet Sauvignon 2008.

Este Cabernet, produto da tradicional vinícola chilena Casa Silva, mostrou bonita cor rubi profundo, aromas de média intensidade, com frutas vermelhas e marcantes notas vegetais. Corpo médio, com certa complexidade, mostrando taninos ásperos, e baixa acidez. Apesar de ter passagem breve pela madeira, ela não se expressa. Final de média persistência.
Agradou, mas foi ofuscado pelo Catena Malbec que o precedeu, sem dúvida bem melhor.
Classificação : bom.



FICHA
Produtor: Casa Silva
País: Chile
Região: Vale de Colchágua
Safra : 2008 
Uva/corte: 100% Cabernet Sauvignon
Teor alcoólico: 14%
Teor de açúcar: 3,39g/l
Vinificação: as uvas são selecionadas antes do processo de maceração. A pré-fermentação ocorre por 6 dias com temperatura constante de 6ºC. A fermentação alcoólica se dá em tanques de aço inoxidável durante 17 dias entre 28ºC e 30ºC.
Envelhecimento: 50% de todo o vinho é envelhecido em barris de carvalho francês durante 8 meses.
Avaliações:
Wine Spectator : 82 (06), 86 (07)
Robert Parker : 88 (07)

domingo, 26 de dezembro de 2010

Robert Mondavi Private Zinfandel 2008


A Zinfandel não é uma uma uva muito badalada aqui no Brasil, mas tem bastante destaque nos EUA, principalmente na Califórnia. Um de seus principais produtores é Robert Mondavi.
O seu Private Selection é um vinho leve, fácil de beber e gostar.
Apresentou cor rubi intensa, límpida e brilhante, com lágrimas finas e lentas.
No nariz, aromas pouco pronunciados, frutados (frutas vermelhas) com toque de baunilha ao fundo. Corpo leve, taninos macios, boa acidez. Pouca estrutura. Persistência média, agradável.
Degustei com gnocchi ao sugo e a combinação foi muito boa. Um ressaltou o outro. Exemplo claro de como a comida pode valorizar um vinho. Só achei que o preço é um pouco alto para o que o vinho oferece (90 reais na Wine).
Classificação do vinho sozinho: bom.
Classificação do vinho com gnocchi: muito bom.

FICHA

Produtor: Robert Mondavi
Tipo: Tinto - Zinfandel
Safra: 2008
Região: California
País: Estados Unidos
Uvas: Zinfandel (Primitivo)
Graduação Alcoólica: 13.5%
Temperatura de Serviço: 15oC
Envelhecimento: 12 meses em barricas de carvalho francês e americano.
Diretrizes Enogastronômicas: Ideal para massa de molho cremoso, lombo suino, embutidos (salame, lingüiça), cabrito e gnocchi e a deliciosa macarronada com bastante molho de tomate.

Ode ao Vinho

Vinho cor do dia
vinho cor da noite
vinho com pés púrpura
o sangue do topázio
vinho,
estrelado filho
da terra
vinho, liso
como uma espada de ouro,
suave
como um desordenado veludo
vinho encaracolado
e suspenso
amoroso, marinho
nunca coubeste em um copo,
em um canto, em um homem,
coral, gregário és,
e quando menos mútuo.


O vinho
move a primavera
cresce como uma planta de alegria
caem muros,
se fecham os abismos,
nasce o canto.
Oh tu, jarra de vinho no deserto
com a saborosa que amo,
disse o velho poeta.
Que o cântaro
ao peso do amor some seu beijo.
Amo sobre uma mesa,
quando se fala
à luz de uma garrafa
de inteligente vinho.


Que o bebam,
que recordem em cada
gota de ouro
ou copo de topázio
ou colher de púrpura
que trabalhou no outono
até encher de vinho as vasilhas
e aprenda o homem obscuro,
no cerimonial de seu negócio,
a recordar a terra e seus deveres.
a propagar o cântico do fruto.
                                                                                                                Pablo Neruda

sábado, 25 de dezembro de 2010

Avaliação de Vinhos III - O Exame Gustativo

Perceber e depois descrever o sabor de um vinho na boca é algo difícil e requer prática. Só consiguiremos treinando, praticando. Quando estamos começando, logo de cara, podemos nos deparar com duas situações básicas: ou um vinho é tão simples que não conseguimos descrevê-lo por falta de estímulo gustativo ou ele é complexo, tem o que apresentar e as sensações vem aos nosos sentidos de maneira tão incontrolável que temos dificuldade para ordená-las. O segredo é ter calma, paciência e começar a ordenar nosso pensamento e observar cada nuance de uma vez. Muitos dos sabores do vinho se revelam sequencialmente, numa cascata de sensações, que variam de vinho para vinho. É recomendável que se siga uma sequencia natural quando tenar colocar em palavras o que se estiver saboreando, achar comparações.
A técnica manda colocar um gole não exagerado de vinho na boca, deixá-lo girar, de modo a permitir que ele entre em contato com as diferentes regiões da lingua, que são especializadas em sentir sabores diferentes conforme a topografia. Um bom vinho deve ter sabores agradáveis de boa intensidade, é obvio. Mas é importante perceber que cada vinho tem suas características e sua "proposta". Você pode não gostar de vinhos doces ou fortificados, mas se você está bebendo um, tem que ter em mente que ele vai se comportar como tal, e o que ele vai oferecer está dentro de sua proposta, seu objetivo, aquilo para o qual ele foi concebido. Em um vinho seco não se espera encontrar sabor doce.
Descrevem-se os sabores: doce, ácido, amargo, salgado (este não deve existir no vinho, mas, em certos vinhos de aromas minerais, percebem-se sabores também minerais ou metálicos que lembram o salgado).
Descrevem-se as sensações gustativas:
CORPO: sensação de opulência provocada pelo vinho à boca. Vinhos de bom corpo ou encorpados são vinhos untuosos na boca e nos dão a sensação de que poderíamos mastigá-lo. Vinhos de pouco corpo ou "magros" são vinhos "aguados".
TANICIDADE: É a sensação de secura da boca. É provocada pelos taninos do vinho.
GÁS: só deve ser percebido nos vinhos espumantes e frisantes e na boca, causa o efeito de uma agulha ou picadinha.
TEOR ALCOÓLICO:  o álcool confere uma sensação de calor à boca.
EQUILÍBRIO: é a harmonia entre acidez, doçura, amargor, tanicidade e teor alcoólico. Em um vinho equilibrado nenhum desses aspectos gustativos sobressai entre os demais, causando uma sensação complexa e agradável. Os vinhos podem ter, em sua intensidade, características fracas, médias ou intensas, podendo ou não tê-las em equilíbrio.
Descrevem-se sensações complexas:
RETROGOSTO: é a sensação olfatória percebida ao se aspirar o ar com o vinho ainda na boca, percebida na cavidade nasal, após os odores passarem pela orofaringe.
PERSISTÊNCIA: é quanto tempo dura a sensação gustativa permanece. É curta se dura até 3 segundos; média se de 4 a 7 segundos e longa, se acima de 8 segundos.

Agora, é colocar em prática!

Avaliação de Vinhos II - O Exame Olfatório

Essa é, na minha opinião, a parte mais divertida e encantadora da degustação. è quando podemos deixar a imaginação voar solta e ninguém, por mais entendido que seja, poderá contradizê-lo. Quem vai provar que aquele vinho não tem cheiro de pimenta e, sim, de cravo?!
Os aromas, longe de serem uma característica estática do vinho, mudam com o tempo de guarda, tempo de aeração a que o vinho foi submetido após aberto e até dos odores do meio em que está sendo degustado. Na garrafa, guardado por meses, anos, décadas, o vinho desenvolve, evolui.
A principal característica dos grandes vinhos, que os diferenciam dos vinhos mais simples, é sua capacidade de evoluir e desenvolver um maravilhoso conjunto de aromas próprios da maturidade.
Primeiro, mantenha o copo sobre a mesa, agite-o com movimentos circulares, deixando o ar se misturar com vinho. Em seguida traga o copo até o nariz e cheire vigorosamente. Coloque seu nariz tanto quanto possivel dentro do copo. Faça associações livres. O nariz se cansa rapidamente, mas também se recupera rapidamente. Espere um pouco e repita a operação.
A primeira coisa que se deve observar é se os aromas do vinho são agradáveis ou não. Aromas desagradáveis significam que o vinho é mal feito, de má qualidade ou está deteriorado.
Um bom vinho deve ter aromas facilmente perceptíveis, embora não necessariamente intensos. Os vinhos inferiores são fracos em aromas. Os grandes vinhos têm aromas intensos ou sutis porém complexos.
Para padronizar a degustação, classificam-se os aromas em grupos:
Aromas Primários:
São aromas provenientes das uvas. Geralmente não persistem no vinho, já que durante a fermentação, além dos produtos finais (álcool e CO2), formam-se muitas substâncias secundárias aromáticas que mascaram os aromas da uva. Em vinhos provenientes de uvas muito aromáticas, como a Moscatel e a Gewürztraminer, o aroma primário dessas uvas pode ser encontrado.
Aromas secundários:
Em geral, são provenientes de muitas substâncias formadas durante o processo de fermentação. Constituem os aromas predominantes nos bons vinhos. O mais comum é o do álcool.
Brancos - os vinhos brancos e rosés geralmente lembram frutas frescas (maçã, abacaxi, pêssego, pêra, etc.), flores (rosa, cravo, jasmim, etc.) e às vezes, aromas mais complexos: aromas adocicados (compota, mel, melado, etc.), aromas vegetais ou herbáceos (feno, grama, hortelã, menta, etc.) e minerais (petróleo, etc.).
Tintos - nos vinhos tintos, em geral, encontramos aromas de frutas vermelhas (cereja, amora, groselha, cassis, etc.), de frutas secas (ameixa, avelã, amêndoa, nozes, passas, etc.), de especiarias (pimenta, canela, baunilha, noz moscada, orégano, tomilho, alcaçuz, anis, etc.) e vegetais ou herbáceos (feno, grama, hortelã, menta, etc.), aromas animais (couro, suor, etc.), aromas empireumáticos (torrefação, tostado, defumado, tabaco, café, chocolate, açúcar-queimado,  etc.), aromas de madeira (baunilha, serragem, etc.), aromas adocicados (compota, mel, melado, etc.), aromas químicos e etéreos (acetona, álcool, enxofre, fermento, pão, leite, manteiga, etc.) e muitos outros aromas.
Aromas terciários:
Representam o conjunto dos aromas anteriores, somados aos aromas mais complexos, originados durante o amadurecimento do vinho na barrica de madeira e/ou ao seu envelhecimento na garrafa. São aromas ditos "evoluídos" e constituem o chamado buquê que existe nos bons vinhos tintos e em alguns brancos de excepcional qualidade.

Avaliação dos vinhos I - O Exame Visual

Considero importante ter um método, ter uma sistemática, alguma organização, mesmo que seja para depois, na vivência diária, ela ser quebrada - pois não há como sistematizar tudo, ou querer que tudo se enquadre dentro da rotina ou ordem que organizamos.
Com a degustação de vinhos é a mesma coisa. Há que se ter uma base técnica, críticas a parte. Não estamos falando de gosto pessoal, apenas um método para se avaliar um vinho.
Aqui transcrevo uma orientação didática para avaliação de vinhos. Para iniciantes, pode ser uma importante ferramenta para guiar uma degustação mais atenta.

O EXAME VISUAL
Provar um vinho é um namoro. Começa com o olhar, com o flerte. Na medida em que nos apaixonamos pelo vinho só o olhar nos dá prazer.
A técnica manda colocar uma quantidade de vinho correspondente a 1/3 ou, no máximo, metade do volume da taça. Depois, inclina-se suavemente a taça (a superfície torna-se elíptica, visualiza-se melhor), sempre contra um fundo branco (para a cor nao ser alterada por sobreposição de outra cor).
Tente observar os seguintes aspectos:
LIMPIDEZ
Os vinhos de longa guarda ( Porto Vintage, os grandes Bordeaux e Barolos, p. ex.) com o tempo, vão formando depósitos no fundo da garrafa e, se agitados, dispersam-se no vinho. Exceção feita a esses vinhos, todo vinho correto deve apresentar-se límpido, isto é, sem partículas em suspensão e sem depósito. Do contrário, indicam deterioração.
TRANSPARÊNCIA:
Um vinho não pode estar turvo, deve ser transparente. Quer fazer um teste? Coloque um texto por baixo da taça. Consegue ler? Se sim, ele está transparente. Vinhos deteriorados são turvos.
Alguns produtores têm reduzido ou evitado a filtração de seus vinhos, para preservar suas características e possibilitar uma maior complexidade e longevidade. Nesses casos, o vinho será um pouco turvo, e gerelmente isso estará informado no contra-rótulo.
BRILHO:
As características de limpidez, viscosidade e transparência reunidas causam reflexos intensos nos vinhos, os quais podem apresentar um aspecto brilhante. Em princípio, não é um sinal absoluto de qualidade, mas os grandes vinhos em geral apresentam brilho intenso.
VISCOSIDADE:
Todo vinho deve apresentar viscosidade, que é uma certa aderência do líquido nas paredes da taça, Quando é agitada e colocada em repouso, o vinho escorrerá da parede da taça, lentamente, em filetes, denominados lágrimas. Um vinho "aguado" (pouco denso), escorre rapidamente nas paredes da taça, o que indica que esse vinho terá pouco corpo.
GÁS:
Vinhos sem gás são chamados "tranqüilos". Espumantes (Champagnes, Asti) e frisantes (Frascati, Lambrusco, Vinhos Verdes) apresentam gás carbônico, nitidamente observáveis na taça, atráves de bolhas que se formam e sobem até a superfície, além de espuma efêmera que se pode formar na superfície, quando se enche a taça.
COR:
Com a taça inclinada, podem-se identificar duas regiões: a região central ou olho, onde a cor é mais concentrada, e a borda periférica ou anel, que tem cor menos concentrada.
A cor básica de todo vinho tinto é o rubi. Com o envelhecimento, os vinhos tintos vão tomando tonalidade alaranjada e chegam até à cor de tijolo. Embora o olho possa ainda estar vermelho intenso, a mudança começa a ser percebida no anel. Já nos brancos o envelhecimento provoca mudança de cor amarelo palha para dourado.
Principais variações de cor:
Tintos jovens: de violeta pálido a rubi intenso
Tintos maduros: de rubi pálido com reflexos alaranjados a marrom tijolo (âmbar)
Brancos jovens: de amarelo palha com reflexos esverdeados ou com reflexos dourados
Brancos maduros: de levemente dourado a intensamente dourado
Rosés jovens: de rosa claro à rosa escuro
Rosés maduros: de rosa escuro com reflexos dourados até ambar

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Herdade do Esporão Reserva Branco 2009

Esta foi uma aquisição pelo ClubeW, da webstore Wine, do qual sou assinante e que tem-se mostrado muito interessante. As seleções mensais tem sido consistentemente boas. Considero um bom caminho para quem está começando, pois as seleções vem comentadas, com matérias sobre o produtor e o produto, com uma lógica na escolha que facilita na organização do nosso arquivo enológico pessoal. Além disso, os preços tem sido consideravelmente menores do que os praticados no mercado.
Este branco é produzido pela Herdade do Esporão, tradicional vinícola do Alentejo que tem recebido grandes avaliações da crítica especializada internacional. É elaborado com as castas Roupeiro, Arinto e Antão Vaz, com vinificação e estágio durante seis meses em barricas novas de carvalho francês e americano. Estas castas brancas estão plantadas em solos xistosos, com cepas com idades compreendidas entre os 15-20 anos. Os rótulos dos vinhos do Esporão são desenhados por artistas; todos os anos novos rótulos ou novas imagens.
Com relação ao vinho, apresentou cor translúcida, amarelo-palha, com reflexos dourados, com lágrimas abundantes. Aroma de boa intensidade, complexo, frutado, destacando-se pera e abacaxi, com mel no fundo. Boa estrutura, elegante, com acidez perfeitamente ajustada ao corpo e com toque amadeirado de fundo, algo aveludado no céu da boca. Final de boca longo, fresco.
Tem estrutura e, com a guarda, possivelmente ganhará ainda mais complexidade e elegância, mesmo que em detrimento da fruta.
Impressionou. Recomendo muitíssimo.
Classificação : excelente

FICHA
Tipo: Branco - Assemblage
Região: Alentejo
País: Portugal
Safra: 2009
Uvas/corte: Antão Vaz, Arinto e Roupeiro.
Graduação Alcoólica: 13.3%
Temperatura de Serviço: 9º C
Envelhecimento: Fermentação mista em cubas de inox e barricas novas de carvalho americano e francês.
Estimativa de Guarda: 5 anos
Volume: 750 ml
Diretrizes Enogastronômicas: Perfeito para tomates recheados, espetos de carne de porco, sardinha na brasa, frango churrasqueado e risoto de frutos do mar.
Avaliações:
Robert Parker : 87 (06)

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Carmen Classic Sauvignon Blanc 2009

A Viña Carmen é uma das mais tradicionais vinícolas chilenas, com produtos de excelente qualidade e bastante penetração no mercado mundial. Suas linhas de produção incluem as linhas Classic, Nativa, Reserve, Wine Maker's e Gold Reserve. A Classic é a linha de entrada, mas não faz feio, apresentando boa relação qualidade/preço, que é o que nós, iniciantes, procuramos.
Este Carmen Classic Sauvignon Blanc 2009 mostrou cor amarelo-claro, translúcida, com reflexos esverdeados, com lágrimas lentas. Aromas tímidos, predominantemente cítricos, com notas de capim-limão. Na boca o que primeiro chama à atenção é a acidez, bastante destacada, seguida de alguma frutosidade e, finalmente, componente mineral.  Corpo leve. A sensação final foi de frescor . Final de boca curto, mas delicado. Servido na temperatura certa é bastante refrescante. Agradou. Boa pedida para o dia-a-dia, com pratos leves, principalmente peixes grelhados com molhos suaves.  
Preço : 30 reais na Mistral.
Classificação : bom.

FICHA
Produtor: Viña Carmen
País: Chile
Região: Valle Central

Safra: 2009
Tipo: Branco Seco
Volume: 750 ml
Uva/corte: Sauvignon Blanc (100%)
Vinificação: Tradicional em cuba de aço com controle de temperatura baixa.
Maturação: Nenhum contato com a madeira para manter o frescor da uva.
Temperatura de Serviço: 7 a 9º C
Teor Alcoólico: 12,5% Sugestão de Guarda: Pronto para consumo
Harmonização: Peixes e queijos de cabra. Frutos do mar.

Alamos Malbec 2009

Conforme o vinho da degustação anterior, este Malbec faz parte da mesma linha de produção da Catena Zapata . O Alamos Malbec (carro chefe da linha Alamos) frequentemente figura nas listas de “best buy”, pela excelente relação qualidade/preço ( 28 reais na Mistral). Dificilmente decepciona.  
Como tal, este Malbec da safra 2009 foi correto e agradável. Apresentou cor rubi com halo levemente violáceo, denso, sem muita transparência. Aromas de média intensidade, com mistura de frutas e fundo abaunilhado, lembrando sua passagem por carvalho. Corpo médio, ligeiramente adocicado, com taninos macios e acidez bem integrada, com discreto toque de madeira. Final de boca com boa persistência, sem nenhum amargor.
Não foi brilhante, mas agradou.
Classificação : Muito bom.



FICHA

Produtor: Alamos (Catena Zapata)
País: Argentina
Região: Mendoza
Safra: 2009
Tipo: Tinto
Volume: 750 ml
Uva/Corte: 100% Malbec
Vinhedos: Vinhedos de altitudes elevadas em La Pirámide, Domingo e Altamira (Mendoza)
Vinificação: Maceração de 23 dias. Fermentação alcoólica de 12 dias.
Maturação: Envelhecimento de  9 meses em 50% de barricas de carvalho francês e 50% de barricas de carvalho americano (25% barricas novas).
Temperatura de Serviço: 16 a 18ºC
Teor Alcoólico: 13,9% Vol.
Sugestão de Guarda: até 5 anos
Harmonização: Carnes grelhadas, massas.
Avaliações:
Wine Spectator: 88 pontos (07)
Wine Spectator: 87 pontos (06)
Robert Parker: 87 (08)

domingo, 19 de dezembro de 2010

Alamos Chardonnay 2009

A degustação de hoje foi este agradável branco da linha Alamos da centenária bodega Catena Zapata.
Os produtos da linha Alamos são unanimidade quando se discute relação qualidade / preço. Uma ótima opção para aqueles que estão começando, como eu.
A Catena pode ser considerada como linha intermediária de produtos da vinícola, oferecendo mais que o esperado, verdadeiros clássicos tais como o Catena Malbec, que  já foi indicado como um dos 100 melhores vinhos do mundo.
A linha Catena Alta combina potência e elegância com equilíbrio. É elaborado com uvas selecionadas de vinhedos situados a altitudes próximas dos 1000 metros e, com uma complexidade impressionante, é uma referência absoluta.
A linha DV Catena que é composta por vinhos premium elaborados com uvas de dois vinhedos diferentes, ambos de terroir excepcional e localizados em altitudes distintas conferindo maior complexidade e profundidade ao vinho. Espetacular.
Todos valem a pena !!!
Este Chardonnay é um grande achado, com um investimento relativamente baixo e retorno acima da média. Na Mistral custa 28 reais.
Apresentou uma coloração amarelo dourada, brilhante e límpida. Lágrimas densas, lentas. Aroma com fruta, principalmente maçã verde, com intensidade média. Bom corpo, equilibrado, com toque de baunilha, lembrando a passagem pela madeira. Apresenta uma cremosidade algo amanteigada na boca, própria dos chardonnay do Novo Mundo.
Final de boca agradável, com média persistência e um discreto amargor.
Inicialmente tímidos, os aromas desprenderam após o vinho ter aquecido um pouco na taça.
É um vinho "gostoso", para dizer de forma simples.
Gostei e recomendo.
Classificação: muito bom.


FICHA
País: Argentina
Região: Mendoza
Safra: 2009
Tipo: branco seco
Produtor: Catena Zapata
Uvas/Corte: Chardonnay 100%
Teor alcoólico: 13,9%
Sugestão de Harmonização: pratos delicados de peixes ou de aves, ou como aperitivo sofisticado.
Temperatura de serviço: 11º a 13º
Sugestão de Guarda: beber
Volume: 750 ml
Avaliações: 
Wine Enthusiast: 88 pontos (08) / Top 100 dos Best Buys
Robert Parker: 87 pontos (07)

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Santa Carolina Barrica Selection Carmenere 2008

Mais um degustado na memorável noite no Contemporâneo.
O vinho saiu-se bem, mas foi ofuscado pela degustação quase simultânea do Santa Carolina Reserva de Família Carmenere 2008, vinho similar, só que um nível acima, na minha opinião (houve discordância nesse aspecto - o Zé Roberto e a Eber preferiram o Barrica Selection, eu e a Eliane preferimos o Reserva de Família).
O vinho mostrou bonita cor rubi profunda, com halo brilhante, lágrimas numerosas e lentas. Aroma de fruta vermelha e tostado. Na boca, corpo médio, boa acidez, álcool sobressaindo além do desejável, taninos médios. Final de boca com discreto amargor. Vinho correto.
Classificação : bom.

FICHA
Uva: 100% Carmenère
Garrafa: 750ml
Tipo de Vinho: Tinto
Tipo de Corte: Varietal
Graduação Alcoólica: 14 %
País: Chile
Região: Vale do Rapel
Produtor: Santa Carolina
Safra: 2008
Temperatura de Serviço: 18 a 20°C
Acompanhamento: Queijos, carnes vermelhas, risoto
Preço médio: 50-60 reais
Avaliações:
Wine Spectator 81 (01), 84 (03), 82 (04)

Concha y Toro Reservado Cabernet Sauvignon 2008

Tomamos este também no restaurante Contemporâneo, que, aliás, merece um post a parte, numa outra oportunidade.
Nesta linha estão os vinhos de entrada da gigante chilena Concha y Toro.
Na verdade sempre paira uma dúvida sobre este termo - reservado. O que ele significa?
Por estratégia de marketing resolveram criar rótulos chamativos (com nomes parecidos aos de grandes vinhos), às vezes dando uma impressão de algo que não são.  Para o Brasil,  criou-se o tal do “reservado”, termo lançado por uma grande vinícola chilena para dar a ilusão de se tratar de um vinho de classe, como no caso dos espanhóis. Reservado não quer dizer nada e geralmente são vinhos simples, os mais simples de suas vinícolas. É o chamado vinho de supermercado (sem preconceitos, é claro). Um reserva é um vinho diferenciado, que precisa do afinamento em barrica (uma barrica para 300 garrafas custa no vinho cerca de R$ 10,00 a mais por garrafa; portanto não dá para pagar 18 reais e ser realmente reserva!).
Pois bem, vamos ao vinho.
Na taça apresentou cor vermelho rubi, com reflexos violáceos.  Aromas pouco intensos, com uma incomodativa nota vegetal. Ao paladar, corpo leve, discretamente adocicado, com taninos macios. Mostrou pouca complexidade. Final de boca curto, discreto.
Não agradou, mesmo levando em conta o preço acessível (algo em torno de 18 reais). Com um pouco mais pode-se adquirir o eficiente Casillero del Diablo, da mesma da Concha y Toro, que sempre agrada.
Não indico e não compro.
Classificação : regular.


O bom foi a companhia.

FICHA
Produtor: Concha y Toro
País: CHILE
Região: Vale Central
Tipo : tinto
Corte : varietal
Uva: 100% Cabernet Sauvignon
Safra: 2008
Teor alcóolico : 13%
Volume: 750 ml

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Santa Carolina Reserva de Família Carmenere 2008

Este foi devidamente degustado : em boa companhia, acompanhado de excelente comida do chef Fábio Scorza (restaurante Contemporâneo - provem!).
A uva emblemática chilena - Carmenere - na verdade tem origem francesa (Bordeaux). A cada ano os enólogos têm aprendido a lidar com esta uva, e os vinhos têm, consistentemente, apresentado qualidade crescente. No Chile durante muito tempo a Carmenere foi confundida com a Merlot e o engano só foi desfeito na década de 1990. Na verdade, a uva havia deixado de ser cultivada em virtude de uma praga que devastou vinhedos franceses no século XIX, a Phylloxera Vitifoliae. Os vinhedos chilenos foram poupados devido ao seu relativo isolamento geográfico. A Carmenère desenvolveu-se muito bem nos vales mais quentes das zonas de Rapel, como Cachapoal e Colchagua, e do Maule.
Este vinho que degustamos apresentou cor vermelho escura densa, muito bonita. Lágrima fina, lenta. No nariz apresentou fruta madura, com especiarias. Na boca, mostrou bom corpo, taninos redondos, madeira discreta e bastante equilibrio para um teor alcóolico de 14%, que em nenhum momento incomodou. Final de boca discreto e agradável.
Vinho correto, dificilmente não agradará. Superior ao vinho da mesma linha (Reserva de Família) com a Cabernet Sauvignon.
Classificação : muito bom.





FICHA:
Uva: 86% Carmenere, 8% Cabernet Sauvignon, 6% Petit Verdot
Tipo de Vinho: Tinto
Tipo de Corte: Assemblage
Graduação Alcoólico: 14,5 %
Garrafa: 750ml
País: Chile
Região: Vale do Rapel
Produtor: Santa Carolina
Safra: 2008
Temperatura de Serviço: 18 a 20°C
Harmonização: acompanha bem carnes vermelhas, especialmente cordeiro;
Avaliações:
Robert Parker: 87 (2006)
Wine Enthusiast - 91 pontos (2007) 

sábado, 11 de dezembro de 2010

Miguel Torres - Ibéricos - Crianza - 2007

A região de Rioja, no norte da Espanha, produz vinhos de origem controlada, com muita qualidade. Seu Vega Sicília é tido como um dos melhores do mundo. As uvas utilizadas são Tempranillo, Garnacha, Graciano e Mazuelo. Utilizam os termos Sin Crianza, Crianza, Reserva e Gran Reserva. Apesar de a palavra crianza poder sugerir para nós brasileiros um vinho novo, na verdade, em espanhol, a palavra significa aleitamento, latência. Com relação aos vinhos a expressão significa que o vinho esteve por determinado tempo, envelhecendo em barris de carvalho, francês ou americano. O Sin Crianza designa um vinho sem envelhecimento na adega, o Crianza obrigatoriamente envelhece por dois anos (um em barricas e outro na garrafa), o Reserva indica dois anos em barrica e um em garrafa e o Gran Reserva no mínimo dois anos em carvalho e mais três na garrafa antes de ser comercializado.
Quanto ao Ibéricos é produzido pela Bodega Torres a partir da uva Tempranillo.
Rótulo muito bonito.  Apresentou  bonita cor vermelho acastanhado, brilhante e límpida. O forte do vinho, a meu ver, foi o a aroma intenso e delicioso, mostrando frutas maduras e algum tostado, bastante convidativo ao primeiro gole. Na boca não pareceu tão bom quanto no nariz. Corpo leve, com discreto adocicado e algo picante. A acidez e principalmente os taninos são agradáveis, com madeira discreta. O álcool é forte e incomoda, não melhorando após algum tempo de aberto. Persistência média e um retrogosto com pequeno amargor.
Não foi uma experiência ruim, mas não compraria de novo.
Classificação : bom.
FICHA
Produtor: Miguel Torres
Tipo: Tinto
Região: Rioja
País: Espanha
Uvas: Tempranillo.
Graduação Alcoólica: 14%
Temperatura de Serviço: 17oC
Envelhecimento: 12 meses em barricas de carvalho francês e americano.
Diretrizes Enogastronômicas: Carnes assadas e de caça.
Safra: 2007
Estimativa de Guarda: 7 ano(s)

Viagem ao Chile I

Tenho para mim a seguinte verdade: viajar, não importa para onde, nem quando, nem como, é sempre bom.

Agora, viajar para um país lindíssimo,


com excelente culinária,



na companhia da mulher amada,


com amigos da mais fina estirpe,



com grande identificação com a população local,



num pais que respira vinho,


onde se pode visitar vinícolas,


conhecer os vinhedos,


ver o processo de produção,


degustar,


e degustar,


e comer bem,


e degustar,


e comer,



e degustar em boa companhia,


É BOM DEMAIS !!!

domingo, 5 de dezembro de 2010

Santa Carolina Reserva de Família Cabernet Sauvignon 2008

Esse belo vinho foi degustado num domingo, durante o almoço, acompanhando um suculento bife de chorizo grelhado e batatas cozidas ao molho branco com funghi secchi. Um prato forte que exigia um vinho com bastante presença. E o vinho não decepcionou.
O nome “Reserva de Família” vem desde o início da bodega. Os melhores mostos eram separados para consumo próprio em ocasiões especiais e, por este motivo, o nome desta linha. Esta linha é produzida nas cepas Cabernet Sauvignon, Carmenére e Chardonnay.
A garrafa é grande, bojuda e pesada. A rolha é especial para a linha.
Ao exame visual apresenta cor rubi profunda, bem bonita. Lágrimas finas e bem lentas.
O aroma é de fruta madura, com especiarias. O álcool é bem pronunciado, incomodando um pouco. Depois de um tempo aberto, melhora um pouco. Madeira ao fundo, não muito pronunciada.
Corpo com bastante estrutura, mas algo desequilibrado, com taninos ainda um pouco agressivos, madeira em segundo plano e álcool pronunciado.
Final de boca longo, agradável.
Classificação : muito bom.

FICHA
Santa Carolina Reserva de Família Cabernet Sauvignon 2008
Vinícola: Santa Carolina
Uva: 88% Cabernet Sauvignon - 12% Petit Verdot
Tipo de Vinho: Tinto
Tipo de Corte: 88% Cabernet Sauvignon - 12% Petit Verdot
Graduação Alcoólico: 14.5%
Tempo em barrica: 12 a 18 meses
Enólogo: Andrés Caballero
Acompanhamento: Carnes vermelhas, massas finas e queijos.
Outras avaliações:
Robert Parker : 87 (2005)
Wine Spectator : 88 (2007)

A primeira desgustação : Catena Malbec 2007 - começando com o pé direito

A primeira degustação desse blog começou bem.
O Catena Malbec 2007 saiu-se muito bem. Trata-se de um tinto surpreendente, capaz de mostrar todo encanto da uva emblemática argentina, ainda mais considerando sua faixa de preço (paguei em torno de 50 reais na Mistral).
Sua cor é de um violeta profundo, lágrima densa, com aroma frutado, ameixas dominando e toques de pimenta. Tem caráter próprio, complexo, com corpo intenso, taninos redondos, com alcool e acidez perfeitamente ajustados, assim como a integração fruta/madeira. Final de boca longo e agradável.
Adorei e indico.
Classificação - excelente.

FICHA
Produtor: Catena Zapata
País: Argentina
Região: Mendoza
Safra: 2007
Tipo: Tinto
Volume: 750 ml
Uva: Malbec
Vinhedos: Vinhedos de altitude elevada (Angélica, La Pirámide, Altamira). Rendimento controlado.
Vinificação: Levedura selecionadas. Controle de temperatura. Fermentação classica de 12 dias. Maceração longa de 30 dias.
Maturação: O vinho amadurece 12 meses em barricas de carvalho francês, sendo 20% novas, e americano, sendo 30% novas. Não é clarificado ou filtrado.
Temperatura de Serviço: 18 a 20ºC
Teor Alcoólico: 13,5%
Sugestão de Guarda: de 5 até 10 anos
Combinações: Carnes, grelhados.
Avaliações de referência:
Wine Spectator: 91 pontos (07)
Wine Spectator: 91 pontos (06)
Robert Parker: 91 pontos (06)
Jancis Robinson: 17,5/20 pontos (06)
Robert Parker: 91 pontos (05)
Wine Spectator: (05) "Best Value" Argentino do Ano.
Robert Parker: 91+ (07)
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